segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Professor da UFRJ e PUC-Rio diz que o trânsito no Rio de Janeiro vai parar em 2022.


Passos de jabuti são uma rotina: Avenida Francisco Bicalho engarrafada às 10h de quarta-feira
Passos de jabuti são uma rotina: Avenida Francisco Bicalho engarrafada às 10h de quarta-feira Foto: Nina Lima


“É devagar. É devagar. É devagar. É devagar, devagarinho”. A letra do samba imortalizado por Martinho da Vila cai como uma luva no trânsito do Rio. O ritmo é lento e exige paciência dos motoristas para cruzar os bolsões de congestionamento, comuns nas principais vias da cidade. Como tudo que é ruim ainda pode piorar, o engenheiro de transportes Fernando MacDowell prevê que a cidade pode parar até 2022.
— Isso, se repetir o crescimento do volume do tráfego verificado entre 2003 a 2011, que foi de 50,6%, e não forem feitos mais investimentos em transportes públicos, principalmente, sobre trilhos, para estimular o carioca a deixar o carro na garagem — alerta o especialista, que é professor da UFRJ e da PUC-Rio.
MacDowell recorre a estudo que fez há dois anos para ilustrar a previsão, tomando por base a Avenida Brasil. Os dados coletados por ele na época mostravam que, em 2003, a via, um dos principais corredores viários da cidade, ficava congestionada durante 639 horas por ano, número que subiu em 2011 para 1.939 horas/ano. O engenheiro de transportes projeta para 2022 cerca de 4 mil horas anuais de engarrafamento. Como o ano tem 8.760 horas, seria como se o carioca passasse metade de 2022 parado no trânsito.

Passos lentos: rotina
Passos lentos: rotina Foto: Nina Lima

Não é preciso esperar nove anos para experimentar um tráfego a passos de tartaruga. A CET-Rio mapeou os dez trechos mais lentos da cidade. Andar a 15km/h em média, de carro ou de ônibus pela Avenida Presidente Vargas no fim do dia, da Central à Praça da Bandeira, pode dar uma ideia do que o futuro reserva para o Rio.
Quem, por força da profissão, precisa circular de carro pela cidade, sabe que, hoje em dia, tempo nem sempre é dinheiro. Das 24 horas do dia, o técnico gasista Marcelo Moreno, de 29 anos, passa ao menos cinco retido no tráfego. Ele perde dinheiro, mas não a cabeça:
— Esta semana, dispensei dois clientes por conta dos engarrafamentos. O trânsito é eu maior inimigo.


Fontes: http://extra.globo.com/noticias/rio/engenheiro-diz-que-transito-do-rio-vai-parar-em-2022-9593569.html#ixzz2cNldcKyO

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