segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vítima de bullying lança livro sobre o assunto na Bienal do Rio. Confiram:

Autor fugia correndo da escola para não apanhar dos colegas e, agora, percorre colégios para conscientizar estudantes sobre violência



Autor se baseou em relatos reais para produzir narrativa
Foto: Terceiro / Agência O Globo
Autor se baseou em relatos reais para produzir narrativa Terceiro / Agência O Globo
RIO - Quando era adolescente, o escritor João Pedro Roriz precisava sair da escola correndo, para não apanhar de outros alunos. Hoje, adulto bem-sucedido, ele não se esquece das experiências desagradáveis que vivenciou. Mas não tem ressentimentos. Sua forma de lidar com a questão foi justamente levantar a bandeira contra o bullying e correr colégios do Brasil com palestras e esquetes teatrais que retratam o problema. Em sua mais recente investida sobre o tema, ele escreveu o livro “Bullying não quero ir para escola!” (Paulinas), que lança neste domingo na Bienal do Livro.
A obra conta a história dos jovens Júnior e Sara que estudam na mesma escola e sofrem diversos assédios pelos colegas. Na rotina desses dois tem espaço para fofoca, agressão, deboches e ameaças. O tema é sério, mas o livro passa longe de qualquer caretice, e tem até lugar para um romance vivido entre os protagonistas.
- O texto tenta englobar todos conceitos relacionados ao bullying de uma forma que não seja percebida pelo leitor. Não queria que o livro ficasse muito didático. Tem desde o bullying direto, que é a violência física e a pressão psicológica, ao indireto, que é a fofoca. Quero mostrar aos adolescentes que muitas brincadeiras escondem um fundo de verdade e maldade - explica o autor.
Apesar de ser uma ficção, Roriz conta que os fatos que estão no livro são, na verdade, uma mistura de histórias contadas a ele por quatro adultos que foram perseguidos na adolescência. De quebra, ainda tem a bagagem colhida por ele para produzir as apresentações que faz em escolas. Afinal, antes de colocar o projeto em prática, ele entrevistou cerca de cem pessoas que relataram os imbróglios vividos na adolescência.
- Já encontrei garotos que não sabiam sorrir, porque, se fizessem isso, mostravam um dentinho meio torto e já era um motivo para sofrer chacota. Para se ter uma ideia de como a coisa é grave, quando o bullying acontece, a pessoa começa a andar como um robozinho - comenta.
No livro, os próprios pais dos adolescentes e até professores vacilam na hora de perceber os problemas enfrentados pelos adolescentes. Isso, de acordo com autor, é muito comum.
- Existem pais não sabem que os meninos estão sofrendo na escola, porque é uma violência invisível, em muitos casos. Então, na cabeça deles, está tudo bem. E mesmo quando sabem, às vezes, não tratam a questão da forma correta. Lembro que, quando era novo, relatava a situação ao meu pai, e ele mandava que revidasse. Isso não é nada legal, pois só torna a situação mais violenta.
Cyberbullying
Roriz teve o cuidado de incluir os personagens num contexto bem contemporâneo. Por isso, no meio da história, tem ameaças de postagem de vídeos no YouTube e circulação de e-mails. Afinal, em tempos de redes sociais, uma informação errada ou brincadeira de mau gosto é repassada de maneira viral.
- A internet torna essa violência mais invisível e ainda amplia o alcance dela. Conheço o caso de uma menina que era muito deprimida em função de uma mentira que girava em torno dela. Para se livrar do problema, ela mudou de escola. Estava indo tudo bem, até que uma das agressoras do colégio antigo contou para uma de suas novas colegas a história. Bastaram poucos dias para a garota voltar sofrer agressões na escola nova - ilustra.
E para quem acha que o assunto já está esgotado, Roriz avisa que ainda há muito a ser feito e dito. Ele mesmo, quando chega a uma escola, nota certa resistência por parte do alunos. Mas é só começar a compartilhar experiências e casos que o cenário muda:
- Logo que chego, vem aquelas exclamações como ‘não aguento mais falar disso’, por parte dos jovens. Mas, quando começamos a conversar, eles acabam se abrindo. E todo mundo tem uma história para contar. Até mesmo pais e professores que passaram por isso quando eram mais novos - revela.
João Pedro Roriz estará na Bienal do Livro, no Riocentro, no domingo, às 15h, e na quarta-feira, no mesmo horário, no estande da Paulinas, que fica no Pavilhão Verde. No domingo, haverá apresentação das esquetes que ele leva às escola às 15h e às 15h30m no mesmo local




































































































http://oglobo.globo.com/educacao/vitima-de-bullying-lanca-livro-sobre-assunto-na-bienal-do-rio-9762896#ixzz2dl3SCtAp 

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