A cada 75 candidatos, só um consegue vaga
Ribeirão Preto - O vestibular da Universidade de São Paulo (USP) é um dos mais difíceis do país. O curso
mais procurado é o de Medicina. A cada 75 candidatos, só um consegue
vaga. Os primeiros colocados costumam ser estudantes dos melhores
colégios particulares do estado, que se prepararam em cursos específicos
e fizeram mais de uma vez o concurso. Em 2017, a história foi
diferente.
A primeira colocada foi Bruna Sena, uma menina
negra, moradora da periferia de Ribeirão Preto (SP), filha de uma caixa
de supermercado e que sempre estudou em escola
pública. Dinália Sena, de 50 anos, mãe de Bruna, de 17, está com medo
da filha sofre preconceito. “Por favor, coloque no jornal que tenho medo
dos racistas. Ela vai ser o 1% negro e pobre no meio dos brancos e
ricos da faculdade”, disse ela ao jornal Folha de São Paulo.
De certa forma, a reação já começou em comentários que criticam uma frase que a menina publicou nas redes sociais,
“A casa-grande surta quando a senzala vira médica” — na verdade, uma
citação de frase dita por outra estudante de medicina negra, Suzane da
Silva, no ano passado. A frase dividiu opiniões dos internautas.
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