Na primeira semana de funcionamento da unidade, pacientes que aguardam por uma cirurgia ortopédica há anos recebem atendimento ambulatorial. Cirurgias já começam a ser realizadas esta semana
O sorriso da pequena Emilly Mendes não esconde a ansiedade e a satisfação de saber que no futuro, ela vai poder brincar sem se preocupar com os tombos frequentes que sempre atrapalharam a sua infância. A menina de apenas 10 anos, nasceu com uma patologia congênita nos dois joelhos, o que prejudica sua locomoção. Emilly fez a primeira cirurgia no joelho direito no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) há 5 anos e, desde então, aguarda a segunda cirurgia no joelho esquerdo. A espera, no entanto, irá terminar em poucas semanas. Emilly foi um dos primeiros pacientes atendidos no Hospital Estadual da Criança esta semana, e se tudo estiver certo com os exames, será operada ainda este mês.
- Ela sempre reclama porque tem que correr pulando para não sentir muita dor. Esperamos que ela se recupere logo e que possa brincar com seus amigos sem sentir nada. O Hospital da Criança foi uma ideia excelente. Estamos aliviados porque vamos conseguir finalmente resolver o problema da Emilly – disse o avô da menina, Ayrton Mendes.
Unidade vai desafogar fila do INTO - 120 pacientes que estavam na fila do Instituto Nacional de Ortopedia e Traumatologia (INTO) foram selecionados para serem operados no Hospital Estadual da Criança. Algumas crianças esperam há quatro ou cinco anos. A ideia é que a unidade estadual ajude a desafogar o gargalo da enorme demanda concentrada no hospital federal. Esta semana, 36 crianças foram selecionadas para receberem atendimento ambulatorial e passarão pela avaliação da equipe de ortopedia do hospital para, enfim, fazer a tão esperada cirurgia.
- Estamos em fase de implantação do serviço de ortopedia, mas já queremos começar a fazer as primeiras cirurgias na semana que vem. Muitas crianças, por estarem aguardando cirurgia há tanto tempo, podem ter o diagnóstico modificado, por conta do aumento da lesão, então é fundamental que elas sejam reavaliadas. Essas consultas são muito importantes para que as cirurgias sejam reprogramadas de acordo com o diagnóstico atual da criança – afirma o ortopedista do HEC, Erico Slama.
Dirigir táxi e jogar futebol – Samuel não para. Quem olha o menino saltitante de 6 anos, não imagina que desde pequeno enfrenta a doença de Blount, que afeta as duas tíbias deixando a perna arcada. Samuel começou a fazer o tratamento com 2 anos no INTO e há 3 anos aguarda por uma cirurgia chamada Osteotomia para reparar os ossos das pernas. Perguntado sobre o que faria depois da cirurgia, Samuel, que é vascaíno, não titubeou, respondendo na hora: “Vou jogar futebol” – disse o pequeno, que ainda quer usar as pernas para dirigir um táxi quando crescer. Samuel quer ser taxista.
Sobre o Hospital Estadual da Criança – O Hospital Estadual da Criança é a primeira unidade do estado do Rio de Janeiro voltada para atendimento pediátrico. Realiza cirurgias de média e alta complexidade, além do tratamento do câncer. O Hospital atende crianças de 0 a 19 anos e conta com 58 leitos de enfermaria, 16 de UTI neonatal, 9 de UTI pediátrica e 8 poltronas de quimioterapia. Oferece exames de ultrassonografia, tomografia computadorizada, ecocardiografia e broncoscopia. A unidade tem capacidade para realizar 8.400 consultas ambulatoriais, 3.360 procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, 2.400 quimioterapias e 450 transplantes por ano.
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